Qual é o papel da escola no enfrentamento das tragédias climáticas?
Na Semana do Meio Ambiente e em meio a maior tragédia climática da sua história do Rio Grande do Sul, a nossa diretora, Marícia Ferri, responde alguns caminhos possíveis que possam responder a esta pergunta em um artigo divulgado em GZH. Confira o artigo abaixo ou em GZH aqui.
O papel da escola no enfrentamento das tragédias climáticas
O Rio Grande do Sul vive a maior tragédia climática da sua história, doloroso lembrete de que as mudanças no clima são realidade e as atividades humanas, a principal causa. Nesse contexto, é imperativo repensar o papel da escola na formação de cidadãos comprometidos com a qualidade de vida no planeta.
Dados de 2021 da Unesco mostram que apenas metade dos currículos de cem países pesquisados mencionam as mudanças climáticas e somente 40% dos professores se sentem preparados para ensinar sobre o tema. Estudo de 2024 da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE aponta a escola como essencial nesse enfrentamento pela capacidade de contribuir na formação de novas mentalidades, mais atentas aos desafios recentes.
Entre as sugestões está o fortalecimento do conhecimento científico, construindo currículos que articulem a temática socioambiental e desenvolvam habilidades práticas. Alunos com uma formação consistente sobre questões ambientais e climáticas são capazes de avaliar criticamente publicações nas redes sociais, por exemplo, reduzindo a abertura para notícias falsas. No estudo, há destaque para ações focadas na infraestrutura e na gestão escolar que promovam um espaço de aprendizagem comprometido com a sustentabilidade.
Já temos essa consciência no Colégio Farroupilha. Entre as iniciativas desenvolvidas, estão o uso da energia solar, a coleta e a destinação adequada dos resíduos, além da utilização de composteiras e de um sistema de captação da água da chuva. Também construímos um currículo em que a sustentabilidade socioambiental permeia todas as áreas do conhecimento, que estimula nossos alunos a serem protagonistas na resolução de problemas locais e globais.
Para que as ações tornem-se realidade em todo o sistema educativo, é necessário um compromisso conjunto de educadores, governos e comunidades a fim de promover uma aprendizagem coletiva e de mitigação de danos. Ao reforçar uma educação socioambiental abrangente e prática, é possível capacitar as novas gerações para enfrentar os desafios climáticos com resiliência, determinação e criatividade.
Marícia Ferri
Diretora Pedagógica do Colégio Farroupilha