Em 2016, a ex-aluna Marcella Cesa Bertoluci estava na 2ª série do Ensino Médio e inscreveu-se para participar do projeto “Utopia Followers”, realizado pela Smile Flame e com o apoio da Unisinos. A ideia, desenvolvida no Colégio Farroupilha e em mais três escolas de Porto Alegre, tinha como objetivo incentivar que estudantes pensassem em projetos sociais criativos que tivessem impacto positivos na sociedade.
Marcella e outros estudantes do Colégio ficaram sensibilizados com as crianças e adolescentes que vivem em casas de passagem da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Em função de outras atividades, os colegas saíram do projeto e Marcella, mesmo sozinha, resolveu ir atrás de alguns contatos, como o do juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude de Porto Alegre, Marcelo Mairon Rodrigues. Foi daí que, em 17 de junho de 2017, aconteceu a primeira edição do “Missão Diversão”, nas dependências do Farroupilha. A iniciativa une duas pontas do processo de adoção: crianças e adolescentes de casas de passagem e pessoas habilitadas a adotar.
O evento aconteceu, também, em novembro de 2017 e em maio de 2018 e chegou à sua quarta edição na tarde deste sábado, 23 de março. Com o tema “Super-Heróis”, o Missão Diversão reuniu 30 crianças e adolescentes, entre oito e 17 anos, atendidas pela Fundação de Proteção Especial, ONG Imaculado Coração de Maria (OSICOM), Ação Social de Fé, Ação Social Aliança e Fundação Pão dos Pobres Santo Antônio, e 24 pessoas habilitadas em adotar.
Todos foram separados em times – Controle do tempo, Leitura das mentes, Poder de voar, Invisibilidade, Supervelocidade, Superforça, Visão raio laser e Poder de fogo – e começaram os desafios. A primeira atividade foi o Tangram. Cada grupo realizou a montagem do quebra-cabeça desvendando algumas questões.
Para gerar confiança, a segunda atividade foi a centopeia. Os grupos formaram uma centopeia humana em fila indiana com um balão cada uma. As centopeias estavam ligadas por duas cordas que se estendiam do primeiro ao último dia fila e todos deveriam segurar as cordas para não utilizar as mãos. Se deixassem o balão estourar ou cair, era preciso retornar ao início. A terceira atividade, “Hia-Ho”, foi pensada para compartilhar energia entre os presentes. Os times se misturaram e formaram quatro rodas. Cada um teve que fazer um movimento quando chegava sua vez: Hia, Ho ou Zum. Hia, direcionava a ordem da roda, passando para o lado o próximo movimento; Ho, mudava o sentido da roda; e Zum, passava a vez para a pessoa da frente escolher o movimento.
O desafio final foi utilizar tudo que o foi aprendido em quatro atividades. Na “Roda das Cadeiras”, o grupo precisava se posicionar em ordem alfabética, mas sem se falar. Ao invés da brincadeira “telefone sem fio” tradicional, na brincadeira “telefone sem fio de desenhos” o grupo deveria chegar ao final com o mesmo desenho do início. Já o desafio “Corrente humana” foi preciso dar a mão para todos do grupo sem soltá-la e percorrer uma série de obstáculos. Por fim, na brincadeira “Papel”, o grupo precisou entrar em uma folha de papel ao mesmo tempo.
As famílias, as crianças e os adolescentes participaram de um lanche e de atividades livres e, ao final, de uma atividade denominada “Aquário”, para compartilhar as experiências e as expectativas do evento. “Desde que eu comecei a organizar este evento, em 2017, foi como se eu plantasse uma mudinha no jardim e hoje vejo uma floresta imensa. Fico muito feliz em imaginar o alcance a que essa sementinha pode chegar. Essa sementinha virou o meu propósito de vida”, destacou Marcella.
Além do Colégio Farroupilha, o evento teve o apoio do Bar do Zé, do Sicredi e do SuperLabs.