Quando criança, Carlos Augusto Pessoa de Brum amava ouvir histórias. Era um hábito familiar: seus pais as contavam diariamente para ele. Logo, começou a criar suas próprias histórias e ilustrá-las. Conforme foi crescendo, quis compartilhar esse amor pela literatura com outras pessoas. Hoje, aos 35 anos, é mais conhecido como Cadu, tem 63 obras publicadas – as quais escreveu e ilustrou, e sua própria editora.
BRINCAR DE LIVRO
“Quando a gente é criança, vive uma época muito legal, em que tudo vira brincadeira. E a minha brincadeira preferida era brincar de livro: ouvir, ler, contar uma história, olhar as imagens, mexer no livro. E essa é uma brincadeira que cresce com a gente, nos permite aprender muitas coisas, ampliar a visão de mundo, desenvolver empatia, criatividade e vários outros aspectos importantes para a vida”, avalia o escritor e ilustrador.
O primeiro livro de Cadu foi “As aparências não são nome”, produzido quando ele tinha 04 anos e estudava na Educação Infantil do Colégio Farroupilha – a publicação faz parte do projeto Também Somos Autores, que existe até hoje na instituição. Anos mais tarde, em 2004, quando o estudante estava na 3ª série do Ensino Médio, veio “Tentações, Dardos & Fardos”, sua primeira publicação oficial.
Mas, a decisão de tornar sua paixão uma profissão não foi tão simples. Desde criança, Carlos Augusto acreditava que seria dentista, a profissão de seu pai e avô paterno. Pensou, então, em trabalhar como dentista durante as manhãs e ter as tardes livres para se dedicar à literatura. Ao conversar com seus pais, percebeu que poderia transformar aquilo que amava em seu trabalho e, mais do que isso, em seu legado. Fez graduação em Filosofia na UFRGS e, paralelamente, continuou a escrever, ilustrar e visitar escolas.
VIVER DE LIVRO
Desde o início da carreira, além dos 63 livros publicados, Cadu já participou de milhares de eventos literários em diversas cidades do RS, promoveu inúmeras oficinas em escolas, foi patrono em algumas feiras do livro e speaker no TEDxUnisinos – assista aqui ou abaixo. Uma das coisas que mais gosta na profissão é o contato com seu público e perceber que contribui para a formação de novos leitores.
“Eu acho que o grande retorno acaba vindo anos depois. Muitas vezes quando os leitores já estão grandes, na faculdade – ou até já acabaram a faculdade. Eles me encontram e, muitas vezes, dizem que começaram lendo meus livros e aquilo foi uma porta para a literatura, para o gosto e o hábito da leitura. E isso é uma coisa muito legal pra mim, é muito gratificante participar disso!”, afirma.
VEIA EMPREENDEDORA
Descobrir o que ama e colocar isso em prática, porém, só foi possível a partir de várias experiências vividas: participou do Miniempresa e até ganhou o prêmio de melhor vendedor; integrou a turma de 2005 da EsIM – Escola de Instrução Militar; criou um time de futebol americano e atuou como jogador e técnico; deu aulas de inglês e de empreendedorismo.
A trajetória de Cadu, além de incentivar a leitura, inspira os jovens a descobrir suas paixões e a saber que muitas delas podem ser transformadas em propósito de vida.