O sistema imunológico das crianças está em amadurecimento e, por isso, é comum, mesmo com o cuidado das famílias, que os pequenos tenham viroses e febres. A enfermeira do Colégio Farroupilha, Renata Endres, preparou um conteúdo com informações sobre as doenças mais comuns na infância e dicas de como preveni-las e de como agir nesses casos. Confira:
Viroses
As viroses abrangem diversas doenças, como Exantema Súbito, Pé-mão-boca, Herpangina, Amigdalite e Gripe. São infecções causadas por um vírus, como o herpesvírus humano tipo 6, coxsackie, adenovírus,rotavírus e o próprio coronavírus. São transmitidas por gotículas, aerossóis e fecal-oral.
Os sintomas mais comuns nas viroses respiratórias são tosse, febre, coriza e dor de garganta, já as Gastrointestinais causam febre, dor abdominal, falta de apetite e vômito. As viroses respiratórias são sazonais e ocorrem principalmente nos meses de abril a agosto no Brasil.
Como as crianças brincam juntas, é difícil evitar o contágio, mas alguns cuidados auxiliam na prevenção, tais como: manter uma alimentação saudável e equilibrada e caprichar na hidratação; manter bons hábitos de higiene e evitar se alimentar de produtos cuja procedência é desconhecida, higienizar os brinquedos compartilhados, etiqueta respiratória, ambientes arejados, um bom descanso e higiene do sono, além de afastar os doentes e manter a carteira de vacinação em dia.
No caso das infecções de ouvido, é importante manter o canal auditivo longe do excesso de umidade secando a região com uma toalha e evitando usar cotonetes, pois podem empurrar a secreção e retirar a proteção da região.
Febre
Febre não é doença, mas um sintoma e uma resposta de que o corpo está reagindo a algo. Se a febre estiver relacionada com um microrganismo, por exemplo, a permanência do estudante na escola pode colocar a saúde de outros alunos em risco, pois haverá a possibilidade de transmissão durante o período febril.
A nossa temperatura é controlada pelo hipotálamo, que atua como um termostato ajustando a temperatura do nosso corpo. A Sociedade Brasileira de Pediatria considera quadro clínico de febre a temperatura superior a 37,4 °C.
É preciso procurar um pediatra quando a criança estiver com febre por mais de 72h ou antes desse tempo, caso apresente: letargia intensa; recusa alimentar e total de líquidos ou do leite materno; manchas na pele; vômitos persistentes e dificuldade para respirar.
O estudante com febre pode permanecer na escola?
É recomendado que o estudante com febre fique afastado da escola, pois, além de poder colocar a saúde de outros alunos em risco caso o quadro esteja relacionado a algum microorganismo, ele precisa de: repouso, para reservar energia ao seus sistema imunológico; acolhimento, pois pode estar com desconforto; hidratação e uma alimentação leve; além da necessidade de ser observado para entender se a causa da febre vem de alguma doença contagiosa.
Conduta da escola frente a uma criança com febre
– O estudante é levado para o Ambulatório Escolar, onde mantém-se um ambiente arejado e tranquilo.
– A equipe oferece líquidos, preferencialmente água.
– É retirado o excesso de roupas.
– Realiza-se a aplicação de compressas frias.
– Acionam-se os familiares.
– Mantém-se o aluno em observação e repouso até a chegada do familiar.
– O familiar deverá afastar o aluno e mantê-lo em casa e/ou consulta médica para diagnóstico. O retorno é recomendado após decorridas de 24h a 48h sem febre e sem uso de antitérmico.
A parceria entre a escola e a família é fundamental para tornar o ambiente escolar mais seguro e saudável para todos.
Referências:
https://blog.sabin.com.br/saude/quais-sao-as-doencas-mais-comuns-na-infancia/
https://www.sbp.com.br/
https://drauziovarella.uol.com.br/infectologia/como-reconhecer-e-lidar-com-viroses-infantis/
https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/principais-questoes-sobre-viroses-respiratorias-na-infancia-em-tempos-de-covid-19/