Ao estudar sobre a carta enquanto gênero textual, as turmas do 3º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais das unidades Três Figueiras e Correia Lima escreveram cartas que serão entregues para crianças da região de Benguela, na Angola. A entrega será feita em janeiro de 2023, pela Auxiliar de Biblioteca, Nathiele Fagundes.
A escrita das cartas integra o projeto interdisciplinar Kalungi! Prazer em te escrever. Entre as etapas do projeto, estão a participação na hora do conto da história Cartas a povos distantes, de Fábio Monteiro; pesquisas e conversas sobre a Angola e a região de Benguela; escrita das cartas e decoração dos envelopes. Essas atividades articulam saberes nas áreas de História, Geografia e Língua Portuguesa.
“Em umbundu, a segunda língua mais falada em Angola, depois do português, ‘kalungi’ significa ‘olá’ – saudação usada ao chegarmos em um ambiente preenchido por mais de uma pessoa, já ‘kalunga’ é a saudação utilizada para cumprimentar apenas uma pessoa”, explica Nathiele.
Nas cartas, os estudantes falam sobre o Brasil e Porto Alegre e perguntam curiosidades sobre a região que receberá as mensagens.
“Eu achei muito legal o projeto porque a gente escreveu cartas para crianças de outro país, que fica em outro continente. A gente escreveu coisas sobre aqui e fez perguntas sobre como é lá: se tem moqueca, quais são as bebidas. Eu espero que eles respondam a carta com muito amor e carinho”, conta Nicolas, um dos estudantes que participa do projeto. Entre as curiosidades que ele pesquisou sobre o país estão os times de futebol e a culinária local.
Ao retornar da Angola, Nathiele trará as respostas das crianças de lá para os estudantes, que estarão no 4º ano do Ensino Fundamental.
“Esse projeto visa, por meio da escrita, incentivar os estudantes a criar pontes entre realidades sócio-culturais distantes, a partir de práticas pedagógicas a serem exploradas de forma educativa e lúdica. Busca, também, instigar a consciência social por meio da empatia, possibilitando a eles enxergarem o mundo para além dos muros da escola, e tornando-os protagonistas dos diálogos que ajudarão a construir um mundo melhor”, relata a educadora.
O projeto auxilia os estudantes no desenvolvimento de habilidades presentes na matriz curricular da escola, tais como: conviver eticamente com o outro, conhecendo e respeitando seus direitos, deveres, costumes e modos de viver; e comparar pontos de vista em relação a eventos significativos do local em que vive, aspectos relacionados a condições sociais e à presença de diferentes grupos sociais e culturais, com especial destaque para as culturas africanas, indígenas e de migrantes.